Os Eurodeputados aprovaram, na semana plenária de setembro do Parlamento Europeu, o relatório de iniciativa “Futuros pescadores: atrair uma nova geração de trabalhadores para o setor das pescas e criar emprego nas comunidades costeiras”, no qual elencam um conjunto de medidas necessárias para a captação de jovens pescadores e tornar o sector mais sustentável do ponto de vista económico e ambiental.

Cláudia Monteiro de Aguiar, que apresentou 25 propostas, 14 das quais integradas em compromissos e as restantes aprovadas isoladamente, revelou-se satisfeita com aprovação do relatório, mas o que considera “verdadeiramente importante é implementar estas medidas, não só para captar novos pescadores para um sector envelhecido e pouco atrativo, mas melhorar as condições atuais de quem faz da pesca a sua atividade e dela retira o seu sustento.”

“Não se compreende que as frotas pesqueiras, como as nacionais, continuem num processo de degradação, com poucas condições sanitárias e de segurança e o novo FEAMPA não contemple apoios para a compra de embarcações novas de pequena escala, mais eficientes do ponto de vista ambiental, sem aumentar a capacidade de captura. A possibilidade de compra da primeira embarcação por parte de pescadores com menos de 40 anos, que o novo FEAMPA contempla, é uma boa medida, mas não é, de todo, suficiente, até porque não são muitos os jovens com capacidade de investimento numa atividade mal remunerada”, referiu a Eurodeputada do PSD.

Cláudia Monteiro de Aguiar revelou-se ainda preocupada com “os mais velhos e com a transformação digital e ambiental em curso, o que pode levar a algum tipo de marginalização e clivagem geracional, perdendo-se assim todo um saber de experiência feito, que nenhuma escola pode substituir.”

“O sector precisa de melhores condições de trabalho, mais formação em competências digitais e mesmo ambientais, melhor promoção do pescado, com isso aumentando o rendimento das frotas e, em última instância, a remuneração dos pescadores. O sector é fundamental no combate à poluição marinha e recuperação dos ecossistemas, pelo que tem de ter voz nas políticas ambientais”, sublinhou a Eurodeputada.

Cláudia Monteiro de Aguiar reforça ainda que “as frotas das Regiões Ultraperiféricas portuguesas, de pequena escala e que praticam uma pesca sustentável devem ser alvo de uma atenção especial, sobretudo no que concerne à sua renovação. Representam um saber ancestral, fornecem um produto de excelência, sendo por isso crucial garantir a sua continuidade.”

“As medidas incluídas neste relatório são cruciais para o sector pesqueiro português – na sua maioria de pequena escala e artesanal – para que seja sustentável e atrativo no longo prazo. É por essa sustentabilidade e valorização que o PSD se bate em cada negociação e esta é uma forma de reforçar a nossa posição junto da Comissão Europeia”, concluiu a Eurodeputada.  O relatório foi aprovado na sessão plenária do dia 15 de setembro, com ampla maioria de 650 votos a favor, 17 contra e 20 abstenções.